segunda-feira, 31 de outubro de 2011
A Sociedade do Espetáculo
"A Sociedade do Espetáculo – onde todas as relações são mediadas por imagens que nos unem, mas somente na medida em que também nos separam – é nosso destino desolador." Guy Debord, em 1967.
sábado, 1 de outubro de 2011
Chaos comes before all principles of order & entropy
“Chaos comes before all principles of order & entropy, it’s neither a god nor a maggot, its idiotic desires encompass & define every possible choreography, all meaningless aethers & phlogistons: its masks are crystallizations of its own facelessness, like clouds. ”
— Hakim Bey
— Hakim Bey
terça-feira, 27 de setembro de 2011
A revolução acabou. Começa a idade da revolta

A revolução acabou.
Começa a idade da revolta
por Marco Belpoliti
(Publicado originalmente no La Stampa em 16 de fevereiro de 2010. Disponível em http://www3.lastampa.it/politica/sezioni/articolo/lstp/380235/ - Tradução de Eduardo Sterzi)
Adeus, revolução? Sim, o seu lugar foi tomado pela revolta. De Clichy-sous-Bois, na periferia parisiense, em 2005, até Atenas em 2008, até o ataque dos estudantes londrinos em 2010, ou até a passeata dos estudantes ganhar as ruas de Roma anteontem, a revolta parece ter tomado o lugar das forças revolucionárias. A revolta não tem projeto, não se projeta no tempo futuro. Como sustentou um dos seus teóricos, o germanista e mitólogo Furio Jesi, morto justo há trinta anos, em Spartakus. Simbologia della rivolta, texto de publicação póstuma, «antes da revolta e depois dela se estendem a terra de ninguém e a duração da vida de cada um, nas quais se perfazem ininterruptas batalhas individuais». Evocando Rimbaud e a Comuna de Paris, Jesi afirmava: «Só na revolta a cidade é sentida como o haut-lieu e ao mesmo tempo como a própria cidade»; na hora da revolta não se está mais sozinho, mas se está no fluxo cambiante do Nós, entidade provisória e lábil, extática e violenta.
Depois do fim das ideologias, depois da queda do Muro de Berlim e do triunfo do pensamento único, no Ocidente como no Oriente, em Nova York como em Xangai, a revolta suspende o tempo histórico e cria o instantâneo; é o triunfo do presente contraposto ao futuro. Não se espera mais o dia da conclusão do longo processo revolucionário. A revolta instaura um tempo extático, escreve Pierandrea Amato, um dos teóricos das novas revoltas metropolitanas, o aqui e agora. Walter Benjamin relata como, no decurso da Comuna de Paris, os revoltosos dispararam contra os relógios, símbolo do tempo escandido pelo progresso, pela disciplina do trabalho. A revolta não prevê, mas vive no repentino; não pressupõe nem mesmo uma classe social que tomará o poder, mas só indivíduos atomizados, que no curso das insurreições espontâneas, não preparadas e contagiosas, se tornam uma força provisória. Se as revoluções cultivavam o sonho do ataque ao Palácio de Inverno, conquista do centro simbólico do poder, a revolta advém de modo molecular com o intento de condicionar materialmente o andamento normal das coisas.
Depois da revolta nada é mais como antes. Para os seus teóricos – Paolo Virno, um dos filósofos italianos hoje mais citados no mundo, mas também os franceses Alain Badiou e Jacques Rancière – a revolta é o análogo da catástrofe, do colapso a que nos habituou o novo capitalismo financeiro, a única resposta possível a uma sociedade que não parece mais ter nenhum fundamento certo, nenhuma teoria com a qual justificar o próprio domínio, a não ser a coerção, o uso da força ou a sedução do consumo. Vivemos na época do desastre, como havia intuído na metade dos anos sessenta Susan Sontag.
A revolta é filha da crise da democracia representativa que no Ocidente, por causas complexas, parece ter perdido a própria função histórica. Os revoltosos, movidos por razões freqüentemente diferentes, mostram, nas periferias urbanas francesas como no centro de Roma, nas ruas de Atenas como nas localidades ao redor de Nápoles, o emergir de uma política que se põe para além do sistema que hoje a representa: são a expressão de uma caótica e espontânea vontade de viver, oposta e simétrica àquela que na Itália domina a cena política maior. Pierandrea Amato, em La rivolta, publicado recentemente, escreve que a revolta é um vento que traz consigo a própria auto-desintegração.
Os garotos que correm com os capacetes e escudos pelas ruas, que sobem nos monumentos, que aparecem e desaparecem nas banlieues, tocando fogo nos automóveis e nas latas de lixo, mostram a existência de um campo de forças que escapa às categorias políticas tradicionais, ao marxismo e ao pós-marxismo tanto quanto às teorias neoliberais. A revolta acontece, do mesmo modo que um evento artístico, uma manifestação momentânea, uma performance. Não se pode representá-la nem de forma política nem espetacular; é um acontecimento extático, mais próximo das formas religiosas, da festa, do que das estruturas da representação política, tais como um partido ou um parlamento: vive, não se representa. A sociedade do espetáculo que dominou nos últimos vinte anos, realizando a profecia de Guy Debord, agora tem diante de si uma série de acontecimentos não capturáveis nas formas do espetáculo midiático.
Aquilo que, em definitivo, a revolta desestrutura é a idéia mesma da identidade política. O Nós aparece e desaparece, e suspende o tempo histórico em favor daquele que os gregos chamavam Kairos: o justo instante, o golpe de vista, aquele em que o atleta perfaz o movimento justo, supera o adversário, cruza a linha de chegada. Devemos preparar-nos para viver num tempo diverso daquele que marcou as vidas dos nossos pais e avós, um tempo que não tem uma única direção, ou uma destinação predeterminada, mas que acontece e ao mesmo tempo colapsa, que se mostra e se subtrai. O Homo seditiosus é o campeão de uma humanidade que sai às ruas hoje, mas também amanhã e depois de amanhã, para realizar «uma arte sem obra».
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Dirty Names no FESTIVAL DA MÚSICA INDEPENDENTE _2

FESTIVAL DA MÚSICA INDEPENDENTE _2
Música boa é tudo o que ultrapassa a matemática e pulsa na boca do estômago.
Entre o fofo e o feio, estamos nós. Esperando a banda passar...
FMI – ESPECIAL BANDAS
[abertura]
__ ÁGATA BARBI & ZULEIKA ZIMBÁBUE, juntas e misturadas, bem acompanhadas por GREGÓRIO GIANELLI e alguns clássicos da música.
[big bandas]
__ DIRTY NAMES
__ OS CAFONAS
__ DISCOTECAGEM ROCK DO PAULERA
>> taliesyn
SÁBADO – 30/07 – 22H
$12
O rock contemporâneo da Dirty Names na Devassa de 7 anos
O projeto Dirty Names é sem dúvida uma das atrações mais interessantes da próxima Devassa. A banda faz sua segunda apresentação após a estréia cerca de um mês atrás, no Festival da Música Independente, produzido por Paulo Vasilescu no Taliesyn Rock Bar.
O grande diferencial da Dirty Names é a proposta de fazer um rock espontâneo, sem ensaio e com base na improvisação, apostando no talento e sintonia dos integrantes.
Formada por Asdra Martin (The Dolls e Marte Attaca), Lucci Barbi (B-Driver e Dellamarck), Edu Passold (Produto), Marco Martins (Nicotines e Pornô de Banca) e Gustavo Cabeza; a banda tem na bagagem tudo o que já foi feito pelos músicos em suas bandas anteriores e ainda se propõem a experimentar o que ainda não tiveram oportunidade de fazer.
O conceito da Dirty Names foi elaborado e registrado pelo vocalista da banda, Asdra Martin, neste texto que explica melhor as idéias que deram vida ao projeto:
Toda obra humana é provisória! Mesmo o que resta vai desaparecer. Chegará um dia em que o Partenon não existirá mais. É mais honesto abordar a arte sabendo que ela é provisória e irá desaparecer. Como tudo que existe enquanto se pode observar, ou melhor, experienciar. Então porque temos a necessidade de fixar as coisas?
Pensando nestas questões; que angustiam e chegam a dar medo, e pensando ainda em fugir de ensaios, foi idealizado o projeto Dirty Names, um encontro de músicos para tocar rock ao vivo sem que nunca tenham ensaiado juntos. A idéia surgiu a partir de como as bandas das quais participei sempre compuseram; assim: simplesmente tocando! Num sistema caótico de desenvolvimento e organização. E o objetivo é realizar composições instantâneas. Nada de cover, nada de ensaio, espontâneo e direto.
(…)
Um outro objetivo ainda pode ser o de formar uma banda pela contramão. Ao invés de fazer uma banda para fazer shows, quem sabe fazer shows para formar uma banda, e deixar as composições irem se fixando com o tempo, sem pressa nem obrigações. De um modo honesto e despretencioso, lidando com a efemeridade de forma consciente, mas urgente.
(…)
Asdra Martin
Desterro, 24 de junho de 2011.
Ficou curioso? Então não perca a apresentação da Dirty Names amanhã na pista Rocket da festa de 7 anos da Devassa, no 1007. Nos vemos lá!
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Campo de Provas: sobre Nietzsche e o test-drive Avital Ronell

Campo de Provas:
sobre Nietzsche e o test-drive
Autora: Avital Ronell
Tradução de Rodrigo Lopes de Barros
Coleção PARRHESIA, 41pgs, 2010.
(Livro de bolso)
Preço: R$10,00
O que é um experimento? O que é um teste? O que significa a passagem da experiência entendida como um saber consagrado pelo tempo para a noção de experiência compreendida como experimentação? Avital Ronell busca, em Campo de Provas: sobre Nietzsche e o test-drive, responder a essas questões e decifrar o que está por trás da "pulsão de teste" que se apossa cada vez mais do Ocidente. Seguindo a esteira de Derrida, e d´A gaia ciência nietzschiana, a autora desvenda as aporias do teste e as possibilidades que este abre para uma justiça por-vir.
http://www.culturaebarbarie.org/
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