sexta-feira, 29 de abril de 2011

Faixa a faixa O.T. (Pornô de Bolso)


A banda florianopolitana Pornô de Bolso lançou no último domingo seu primeiro álbum chamado O.T. Disponível para download no site da banda http://pornodebolso.com/

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Escrever sobre a banda Pornô de Bolso sem ser tendencioso é bem difícil. Sou amigo íntimo do vocalista, conheço todos de longa data e, por isso, tentarei não fazer deste texto um inventário psicológico de Domingos Longo.

Na capa de O.T. (sigla para a expressão anglófona oral total) uma foto de autor desconhecido retrata a escadaria do Rosário em tempos remotos e inicia uma série de citações ao amor de Domingos pela cidade de Florianópolis. E o guitarrista e compositor da banda é assim mesmo: uma voz anônima, velho como o rock e simples como o passado. Mais à frente escutamos nas canções letras que falam do vento, de Itaguaçu, do Bom Abrigo, de conchas, etc. Mas o P.D.B. não é uma banda de reggae, nem de manébeat ou rock de praia! O que vem por dentro do albinho, além das fotos de folhetos de puta, é muito rock’n’roll: às vezes consistente – com referências sólidas de Stones e Neil Young; às vezes punk – raivoso, deprimido e adolescente. Como tem que ser!

De início um assobiozinho e estalar de dedos maroto abrem Vizinha, um bluezinho como os bons e VELHOS rocks gaudérios, com um vocal bêbado e incompreensível que nos convida pra uma festa íntima. Em Lamúria o bluezinho vira balada rock de decepção, mas com o dedo apertado forte no botão do foda-se. Esta música conta ainda com lindas slide guitars do produtor do álbum e atual baixista Rodrigo Alves.

Guitarras grunge que lembram MudHoney iniciam Concha, uma canção simples e direta com letras que fazem alusão a estados alterados de consciência.

A quarta música de O.T., Se Tu Andas; embora não faça nenhum crédito a isso, é uma versão. Sim. Um cover traduzido para o Português de If You Wander, da banda florianopolitana do fim dos anos `90 Skydivers, na qual eu cantava e ainda tinha Marco Martins na guitarra e Gustavo Cachorro na bateria. É uma balada descompromissada e bonita, meio depressiva, onde o vocal de Domingos parece tão sóbrio que as frases não cabem na métrica harmônica da música; resultando às vezes num inesperado e belo recitar da letra.

Frutas é minha favorita. Nela a guitarra volta ao grunge, os vocais estão em fúria e a letra não faz o menor sentido (Explica aí Domi!). Pra que mais?

A faixa homônima à banda P.D.B., é um punk juvenil com uma letra escrota (no melhor sentido da palavra!) e deliciosamente politicamente incorreta. Quase pedofílica. Eu escrevi isso? NOT!

Na sequência um rockzinho meio jovem-guarda de letra sexual de apenas duas frases é performado pelo nosso “cineasta doidão de carteirinha” Marco Martins. Minissaia ainda tem claps e um solinho blues que completam a festinha.

Veneno Sabor Rato começa meio metal arrastado, lembrando Iron Maiden (como numa ponte em P.D.B.). Mas a intro é breve e nos leva prum rock gaúcho moderno, mas de letra suja. Que dúvida!

A mais linda e última deste CD é Cavalo Solto. Digamos que se Neil Young fosse compor um punk seria este, definitivamente! Domingos aqui solta todo seu surrado sotaque de Caxias sem medo nem preconceito e com muita fúria. Para acabar esta bela canção viaja por dedilhadinhos e uivos e passa por um nervosismo desenfreado até chegar numa calma que só se sente chapado ao vento de Itaguaçu.

O CD de estréia da banda chega com atraso de uns dois anos, e ainda assim acompanha o tempo certo do amadurecimento da banda. Tal amadurecimento foi demonstrado no recente show de lançamento do disco, com Alan Stone muito mais solto na batera e ainda com a apresentação ao público do novo baixista da banda. Rodrigo Alves com certeza traz mais segurança e novo fôlego ao Pornô com suas linhas de baixo stoogeanas, e o trio neste show mostrou estar pronto a alçar novos vôos. Só tomara que não tenhamos que esperar tanto tempo de novo.



Asdra Martin



Desterro, 15 de abril de 2011.

segunda-feira, 14 de março de 2011

mini conto

O animal em fúria não esconde sua fome, seus desejos, nem seus vícios, mas ao mesmo tempo nunca está satisfeito porque ele realmente não sabe o que quer. Ele vai deixando seu rastro por onde passa. Pêlos, plásticos e bitucas de cigarro nos levam por onde ele andou. Ele muda de pele, mas nunca de toca. Ele muda de bando, mas nunca de intenção. Seu show é feito para sua única e exclusiva satisfação e uns poucos que o seguem são meras testemunhas anônimas de seu autoflagelo em forma de deleite de ego. Ele é o alfa solitário. Sua caça, cria e coito são ele mesmo.

pensando...

Qdo envelhecemos a ferida demora mais a cicatrizar porque temos mais tempo para pensar nela, mas também sentimos menos dor porque temos mais tempo para esquecê-la.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

li por aí...

Em estado de memória

li por aí...

A revolução acabou.
Começa a idade da revolta.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

poesia

Na sobrevivência é cada um por si. Na convivência são todos pelo todo. Na ausência é só o nada por cada um de mim mesmo.

mini conto

O animal em fúria não esconde sua fome, seus desejos, nem seus vícios, mas ao mesmo tempo nunca está satisfeito porque ele realmente não sabe o que quer. E vai deixando seu rastro por onde passa.

suspiros

Suave e nostálgica revolta

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Press